O número 1 da Seleção Brasileira

A história do futebol brasileiro tem um conhecido estigma: a de seu goleiro. Poucos até hoje conseguiram ganhar respeito dentro da seleção brasileira e muitos foram considerados, até mesmo, um desastre. Porém, após o surgimento de Julio César é perceptível que a maldição se quebrou. Efetivo na Inter, tetracampeão do Scudetto, e peça fundamental para os técnicos José Mourinho (Inter) e Dunga (Seleção brasileira) o arqueiro já tem lugar garantido no Mundial da África do Sul.
Nas últimas décadas passaram pelo arco do Brasil arqueiros bons, regulares e péssimos mas nenhum conseguiu transformar-se em figura (exceto Taffarel, campeão em 1994 em seu dia de glória na definição de pênaltis ante Itália na Copa do Mundo dos Estados Unidos e Gilmar, campeão mundial em 1958 e 1962). Desde agosto de 2006, com a chegada de Dunga à seleção, Julio César tem sido decisivo e imprescindível de acordo com a opinião de Dunga.
O goleiro da Inter já havia atuado antes de Dunga mas sem nenhum real aproveitamento e quando tinha oportunidade fazia questão de mostrar sua estirpe. Nascido no Rio de Janeiro, em 1979, se incorporou à Inter de Milão em 2005 e depois de uma temporada sem êxito no time italiano Chievo voltou à casa da Inter, San Siro. Ao voltar, conseguiu o que parecia impossível a todos: tomar a titularidade de Francesco Toldo. Julio o fez e ainda ofereceu o mais importante: garantiu segurança a equipe. Antes de ir à Europa jogou pelo Flamengo e ganhou quatro Campeonatos Carioca.
Potente de pernas, sólido nas jogadas aéreas (facilitado por sua altura 1,87m), de grandes reflexos e especialista em pênaltis, Julio César tem uma personalidade marcante. Um episódio em 2007 comprova sua forte personalidade: Após uma crítica do presidente Lula, o arqueiro respondeu em nome da equipe recomendando ao presidente que fosse viver na Argentina se ele gostava tanto da seleção Argentina, dirigida então por Alfio Basile. “Me irritei quando ele disse que Messi perde a bola e corre para recuperá-la enquanto nós ficamos parados. Então que vá viver na Argentina. Que se faça cidadão argentino, renuncie e vá para lá. Talvez assim, Brasil melhore algo”.
Nas eliminatórias atuais tem sido fundamental para Dunga mantendo seu gol invicto em oito ocasiões, cinco delas seguidas, nas doze primeiras partidas da seleção. Com esse antecedente Julio César será um dos inimigos número um das seleções rivais na Copa do mundo fazendo questão de demonstrar sua capacidade para fazer milagres.