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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

60 anos de monopólio comunista na China

Passados 20 anos do massacre de Tiananmen, nesta quarta-feira 30, tanques voltaram a cruzar a Avenida da Paz Eterna de Pequim. China comema seu 60º aniversário da revolução com uma exibição de poder militar e muita dança: “Saudações, camaradas”, gritava de uma limusine o presidente Hu Jintao, e de outro lado respondia seus soldados “Saudação, líder”.
Com uma exibição de Mísseis nucleares de largo alcance, 500 veículos blindados, 150 aviões de guerra, unidades de elite e cerca de 8.000 soldados desfilaram ao centro da capital, cujo acesso foi bloqueado para evitar qualquer incidente. Ao anoitecer 18 aviões lançaram agentes químicos na atmosfera para dispersar nuvens que ameaçavam a grande festa
Desde 1949 quatro líderes comunistas governaram o país: Mao, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e Hu Jintao. “O desenvolvimento e o progresso da Nova China nos últimos 60 anos demonstram que só o socialismo pode salvar a China e só a reforma e a abertura podem garantir o desenvolvimento do país” disse Hu, reiterando o modelo político com o qual combina liberalismo econômico e autoritarismo político.
Logo após os desfiles militares 180.000 bailarinos, estudantes e voluntários tomaram lugar das armas e dos uniformes oferecendo caras mais amáveis da China, entre elas 80.000 meninos, os primeiros do mundo a receber a vacina contra a gripe A.
Todos os cidadãos foram convidados a permanecer em casa e participar da celebração pela televisão. Tão grande é a obsessão por segurança que inclusive aqueles que vivem nas ruas onde foi realizado o evento foram proibidos de abrir suas janelas. E para completar todos os vôos a Pequim foram cancelados e o metrô foi desativado enquanto durar as celebrações.
Entre o caos e a auto-valorização
A China que Mao levou ao triunfo na guerra civil a 60 anos tinha uma expectativa de vida de 35 anos e uma mortalidade infantil superior a da África subsahariana. Aquele país arruinado é hoje a terceira economia do mundo e sua crescente classe média é vista pelo Ocidente como uma esperança para sair da crise global.
Distante do sonho de criar uma sociedade mais igualitária, promessa com o qual o Partido Comunista chegou ao poder em 1949, hoje vive em um capitalismo de que milhões de ruralistas e obreiros sequer conseguem beneficiar-se.
A propaganda oficial do governo redobrou seus esforços nos últimos dias para entusiasmar a população chinesa, especialmente a juventude que cada vez esta mais distante dos líderes políticos. Os meios oficiais centraram-se em destacar as mudanças dos últimos 60 anos, omitindo erros que custaram milhões de vidas chinesas.
Bao Tong, oposicionista ao partido, atualmente, tem sido uma das poucas vozes a desafiar a mensagem oficial para pedir ao governo que se confronte com a honestidade e mostre os excessos cometidos pela ditadura como os muitos mortos por fome.
Agora fica a duvida de até quando o Partido Comunista conseguirá ficar no poder. Sua permanência dependerá do contínuo crescimento econômico e a
instigação ao nacionalismo que preocupa os vizinhos asiáticos e seus rivais internacionais. O Partido mantém o poder em virtude de um acordo que permite aos cidadãos “perseguirem suas ambições materiais e em troca aceitem o monopólio do poder” porém o acordo da mostras de que não sobreviverá. por mais 60 anos.

Um comentário:

Daniel Savio disse...

Cara, aqui que está, mesmo sendo um governo autoritário, ele atingiu um crescimento...

É meio que acaba sendo um troca, parte da liberdade individual pelo crescimento.

Fiquem com Deus, menino.
Um abraço.