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sábado, 12 de dezembro de 2009

Copenhaguem dá sinal de chegar a acordo

• China e EUA: Delegados ameaçam burlar negociações
O pré-acordo saiu... China e Estados Unidos se opuseram totalmente nos pontos mais importantes do documento, o que já era de se esperar, e ambos colocam à berlinda o futuro do tratado.
Os americanos não aceitam financiar dinheiro climático para países em desenvolvimento sem que estes se comprometam com metas específicas, e não voluntárias, tal como os ricos. Caso contrário não haverá assinatura.
Enquanto isso os chineses exigem que o financiamento seja realizado pelos países desenvolvidos, pois julgam que estes são os reais responsáveis pelo problema climático.
E para complicar ambos os países não querem assinar um acordo que seja legalmente vinculante, ou seja, que imponha obrigações legais. Resumindo querem falar que vão mudar o mundo, mas na prática não farão nada.
• Alemanha promete pressionar por acordo
Objetivando chegar a um acordo em Copenhague a Alemanha está disposta a impor pressão sobre os países que bloqueiam um acordo decisivo para alcançar sucesso na reunião. De acordo com o ministro do Meio Ambiente alemão, Norbert Röttgen "Não haverá outra oportunidade".
A Alemanha é uma das poucas potências mundiais que defendem um acordo obrigatório para a redução de gás carbônico (CO2). O país possui uma das metas mais ambiciosas dos projetos apresentados, uma redução de até 40% até 2020.
• UE oferece 7,2 bi para Clima
A União Européia se propôs ajudar com 7,2 bilhões de euros nos próximos três anos aos países em desenvolvimento para combater às mudanças climáticas. De acordo com projeto europeu seria destinado US$ 30 bilhões até 2012 (US$ 10 bilhões por ano) para financiar o Clima.
O primeiro-ministro sueco e presidente de turno da UE, Fredrik Reinfeldt (foto) teve muito trabalho em convencer os membros do Leste, que se negam a financiar outros países quando consideram que eles próprios ainda precisam de ajuda para reduzir suas emissões.
Grã-Bretanha, França e Alemanha doaram 1,7 bilhão de euros cada; Suécia se comprometeu com 750 milhões de euros, e a Espanha, com 300 milhões. Os países em desenvolvimento, reunidos no G77, taxaram de "insignificante" a proposta do bloco econômico europeu de ajuda aos mais pobres.
• Iniciativa Privada dá seu pitaco sobre Copenhague
As empresas privadas enfrentam uma gigantesca barreira sobre as discussões climáticas. Primeiro porque não existe nenhum representante do setor em Copenhague e segundo as opiniões dos empresários está dividida.
Ao mesmo tempo líderes empresariais dizem que deveriam ter se reunido antes da conferência para poderem dar um sinal aos negociadores nacionais, já que serão as empresas que deverão arcar com as despesas da adequação as normas do acordo.
Nesta semana a Business Europe aconselhou a União Europeia a não aumentar a meta de redução de emissões até 2020, conforme está cogitando, se não houver um acordo global. Já a Câmara de Comércio dos EUA perdeu alguns membros ao se opor ao projeto de lei climática nos EUA, já aprovado por estreita margem na Câmara dos Deputados.
• Confira pré-acordo sobre o clima
O documento prevê, para os países desenvolvidos, uma obrigação, legalmente exigida, enquanto, para os emergentes, propõe apenas uma possibilidade de metas.
O esboço inicial do acordo prevê a redução entre 25% a 45% de gases que provocam o efeito estufa nos países ricos. Os números definitivos devem sair durante a próxima semana. Há a meta para 2050 de reduzir entre 75% a 95%. Todas com base em 1990.
As propostas apresentadas voluntariamente pelos países ricos para 2020 somam apenas 18%. Novidade no acordo, os países em desenvolvimento deverão se comprometer com a causa, diferente do Protocolo de Kyoto em que apenas países ricos eram obrigados.
No esboço oficial, a redução de 15% a 30% até 2020 seria voluntária para os países em desenvolvimento, já as nações ricas teriam obrigação legal. Por exemplo: o Brasil propôs reduzir de 36,1% a 38,9% em suas emissões, a meta não deve ser seguida ao pé da letra, mesmo assim países como China e Índia manifestaram insatisfação com a imposição de metas, ainda que voluntárias.
Duas questões ficaram pendentes e serão definidas com os lideres mundiais: o limite de elevação da temperatura da Terra, não foi resolvida (os países ricos defendem 2ºC, já os pobres 1,5ºC); e o acesso ao Fundo Climático continua sem nenhuma definição, esta em aberto como será o financiamento a longo prazo, para curto prazo, o documento prevê a criação de um fundo financiado pelos países ricos e os países emergentes, como Brasil, China e Índia.

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