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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hugo Chávez perde força e tem futuro ameaçado

A empresa Electrificación del Caroní (Edelca), responsável pelo complexo hidrelétrico de Guri, o mais importante da Venezuela, faz tudo que pode para fornecer boa energia para o país, que hoje enfrenta a crise elétrica mais grave de toda a história. A população ao ver a complexa crise decidiu recorrer ao único realizador de milagres, Deus. Um bom exemplo disto é que na última semana a direção da companhia convocou seus trabalhadores a uma missa para rogar ao Todo Poderoso uma solução emergencial.
Hugo Chávez culpa o ocorrido ao fenômeno climático ‘El Niño’, ao aquecimento global e ao consumismo capitalista. Já segundo um estudo da Datanálise realizado recentemente, 80% dos venezuelanos culpam ao mau desempenho do Governo na hora de enfrentar a crise elétrica, e 29%, a Chávez. Uma culpa que começa a ter conseqüências na popularidade do mandatário. Pela primeira vez Chávez começa a ser visto como um dos responsáveis dos problemas do país e isso reduziu-lhe 10% do nível de aceitação pública. Em fevereiro de 2009 a popularidade de Chávez superava 60% e desde o último dezembro vem oscilando entre os 50%, algo de ser admirado após 11 anos de governo.
O aparente desencanto com o Governo não é apenas pela falta de eletricidade. Há crise na prestação de serviços, considerada a questão que mais afeta a vida cotidianao dos venezuelanos. Frente ao racionamento de energia as donas de casa salgam carnes para evitar perdas, os rios que passam por Caracas se tornaram aquários sem peixes, e em cada casa é possível ver vasos, garrafas e baldes para armazenar água, pois o governo anunciou o corte do serviço de águas por três ou quatro dias. A segurança é um problema alarmante. Com menos de 250 euros qualquer um compra uma arma ilegal, até mesmo crianças.
A rede de saúde é socorrida principalmente por médicos cubanos que oferecem apenas atenção médica primária: casos de febre, diarréia, nada de emergências e muito menos feridos de bala. Em Caracas existem apenas 15 hospitais para casos mais graves, no entanto, falta pessoal e equipamentos hospitalares, desta forma os pacientes chegam a esperar de três a quatro meses para uma operação. Um exemplo da situação do país, Maria Chacón era operada de um abscesso abdominal quando cortaram o serviço elétrico e manteve-se uma semana com o abdômen aberto até que foi restabelecida a energia.

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